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quarta-feira, 26 de março de 2014

A Crise Gera Fantasmas !

   Certo dia em meados do século XIX , mãe e filho descansavam tranquilamente no jardim dos fundos de sua casa em Clapham , Inglaterra . Nada em volta deles prenunciava qualquer coisa de extraordinário . Era um momento agradável , sereno , os últimos raios de sol encompridavam as sombras pelo gramado extenso que se prolongava da casa até um muro e um portão , ao longe , E no entanto , alguns momentos depois , a vida daquela família se transformaria em consequência do que eles acreditam ter sido um encontro espectral.
  
Estavam os dois conversando quando o filho , cujo nome era John , mexeu-se de repente na cadeira , apontando para algo no gramado . '' Mamãe '' , ele exclamou '' olha lá a Ellen ! ''
   
A surpresa dele era compreensível . Ellen , a mais velha das duas filhas , fora enviada a Brighton , no sul da Inglaterra , na esperança de que lá esmorecesse o ardor de um romance inaceitável . Embora a moça se sentisse muito infeliz , longe de casa e do amado , a mãe de Ellen sabia que o marido ficaria muito bravo pelo regresso antecipado e inesperado da filha , contra sua vontade .

    '' John '' , ela disse ao filho '' corra até lá e fale para Ellen entrar logo em casa .Não diga nada ao seu pai.''
     
O jovem fez menção de se levantar da cadeira , mas foi obrigado a sentar-se de novo , quando tentou colocar o peso do corpo sobre o calcanhar torcido hora antes . '' Não posso correr atrás dela '' , ele disse . '' A senhora terá que pedir a Mary .''
    
 A mãe chamou sua outra filha , que estava dentro de casa , e disse-lhe para ir buscar a irmã . '' Papai não pode ficar sabendo que ela voltou '' , instruiu-lhe a mãe . '' Nós a mandaremos de volta amanhã de manhã . '' Mary , jovem e cheia de energia , atravessou o gramado correndo , até o portão . Chamou por Ellen e ficou surpresa quando viu que a irmã não respondia . Chamou de novo . Sem  dizer palavra , Ellen tomou um atalho , afastando-se da casa , a pelerine azul esvoaçante atrás .
     
Mary correu ao encalço da irmã , seguindo a mesma trilha . Finalmente alcançou-a e estendeu a mão para pegar-lhe no braço . '' Ellen '' , ela disse , '' onde é que você vai ? Por que você ... ''
   
  As palavras ficaram engasgadas em sua garganta . Percebeu que não conseguia segurar o braço da irmã. Sua mão parecia atravessar-lhe os ossos e a carne ; ela não sentia nada . Foi invadida por um frio tenebroso enquanto observava  Ellen virar-se em silêncio e continuar seu caminho .
    
  Atordoada , a moça voltou para o jardim onde a mãe e o irmão a esperavam . Contou-lhe o ocorrido . A mãe , àquelas alturas roídas da preocupação , correu até o marido e repetiu-lhe a história . Ele compartilhou da certeza da mulher , de que alguma calamidade acontecera com a primogênita .
  
   No dia seguinte , todos seus temores se confirmaram . Na tarde anterior , exatamente no momento em que sua imagem aparecera na casa de Clapham , a infeliz moça tinha se atirado ao mar , morrendo afogada .
        

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