Meu pai é um homem bastante honesto e sincero. Não mente de forma alguma e costuma frequentar a igreja
católica todos os domingos, acompanhando minha mãe que é bastante religiosa, inclusive catequista (ela).
Nós somos de Imbituba, litoral sul de Santa Catarina (90 km de Florianópolis).
O relato se passou no fim dos anos 80, quando eu ainda não era nascido (sou o filho
do meio de dois irmãos, uma menina mais nova e um rapaz mais velho) e
nenhum dos meus irmãos também.
Meu pai acredita que o ano era 1988. Ele trabalhava em uma empresa como motorista, transportando gesso de
uma área para outra em caminhões, sempre nas madrugadas.
O serviço era bastante tranquilo pois os bairro eram próximos, cerca de 3 quilômetros.
Mas meu pai, na época, como ele mesmo diz era bem medroso, muitas vezes nem esperava a caçamba voltar
e já arrancava do terreno baldio onde descarregava a carga.
O terreno era bem isolado, (até hoje) e já foi utilizado em suas proximidades como aterro sanitário.
Em uma dessas noites ele passou por um bairro bastante popular na cidade, chamado Vila nova Alvorada,
mais conhecido como Divinéia e próximo da área onde iria descarregar.
Ao longo da estrada, assim que entrou no bairro, viu uma senhora da qual não lhe agradava muito a feição e
jeito, (disse que sempre teve a impressão de que era uma bruxa) velhinha, magrinha com nariz grande.
Ela vestia saia e jaqueta de couro. Estava pedindo carona no meio de uma esquina, onde meu pai
precisava parar para observar o trânsito e prosseguir.
Ele conta que estava bastante apreensivo de parar o caminhão ao lado dela, já era por
volta da meia noite e a senhora parecia estar indo para algum tipo de baile,
já que era uma sexta-feira e na cidade costumava ter muitos bailes para idosos (ate hoje).
Ele parou o caminhão ao lado e já havia travado as portas e percebeu ela acenando pedindo carona, como esperado.
Em um salto de medo ele acelerou o veículo e nesse instante disse ouvir o grito mais estrondoso e amedrontador de sua vida.
Teve a sensação que aquilo ecoava em suas orelhas e ficou muito assustado, "zarpando" no caminhão
com a feição assustadora da senhora de boca aberta e quando voltou ela não estava mais à espera.
Ele diz ainda que havia visto ela algumas outras vezes, agora há mais de vinte anos
e a encontrou andando pela rua, e ela ainda parecia ter a mesma aparência da época.
*Quando me contou o relato, para eu poder escrever disse que fazia algum tempo que já não via ela.
Meu pai costumava contar essa história para mim e meus irmãos e foi algo que realmente o deixou amedrontado e curioso.